sábado, 26 de fevereiro de 2011

Desabafos

Hoje acordei disposta a escrever e desabafar. Sem querer, comecei a escrever no meu orkut e as palavras foram saindo; como algo que estava preso na minha gargante e foi desafogando.
Nos últimos dias, certas coisas aconteceram em relação a familiares e amigos, e eu me senti muito magoada por ver que certas pessoas não botam a menor fé em mim, muito pelo contrário, só sabem criticar e debochar. Mesmo sabendo que essas pessoas não acrescentarão nada de bom, sinto que o mínimo é termos apoio (ou reconhecimento) da nossa família e amigos.
Não sei se o problema é meu jeito, por sempre me tacharem como "doidinha" ou algo do tipo... Ou mesmo a minha idade. Acontece que não sou mais criança ou adolescente, sei das minhas obrigações e mesmo que ainda continue com meu jeito despojado de ver a vida, faço questão que me respeitem como Mãe/Mulher.
Já cheguei ao cúmulo de ter que ouvir que não poderia palpitar sobre amamentação pois eu só tive um filho! Ahhh, faça-me o favor! Só pode falar sobre um assunto quem têm anos de vivência na prática? Se fosse assim, não existira obstetra homem, ou pediatra sem filhos; quem dirá consultoras em amamentação que não sejam mães.

Então seguem meus desabafos:

O primeiro foi em relação ao Sling,
"Dedico este álbum (que criei no orkut) às pessoas que vêem o Sling com um olhar preconceituso! É que eu cansei de piadinhas, dizendo que se eu colocar ele num saco plástico dá no mesmo, que isso é coisa de índio (e não deixa de ser), que eu machuco meu filho, que ele vai ter problemas nas pernas, que ele vive preso, que isso é modinha, que eu não entendo nadaa de carregadores de bebês, que blá blá blá...
Pra mim bom é estar em contato com meu filho, é fazer ele adormecer no meu embalo e ouvindo as batidas do meu coração. É mostrar a ele que ele pode confiar na mamãe, e ser seguro por ter a minha presença. Sling pra mim é carinho, é conforto, é afeto!
Ou será que o legal é carrinho de bebê?? Em que ele fica lá, sozinho,distante da mãe, sem calor humano, sem abraço constante, olhando o mundo de um ângulo tão estranho.

Precisava desabafar mesmo! Pq as pessoas têm que entender que se eu defendo algo, no mínimo eu estudo, pesquiso, debato, vivencio, vejo opiniões de profissionais e faço questão de que me respeitem, sem piadas ou etc."

E um bem global,
"Cansada de ser menosprezada e satirizada pelas coisas que defendo e faço questão de levar adiante! E daí que eu só tenho um filho? E daí que eu tenho só 24 anos? E daí que eu não tenho faculdade de medicina? Esses sós não minimizam meus estudos, pesquisas, trabalhos e vivências. Defender o trabalho de Doula, o Parto Natural, a Amamentação, o Sling, a Não introdução de sólidos antes dos 6 meses, o Não uso de bicos, a Alimentação saudável das crianças, o Não bater em crianças, a Cama compartilhada etc... é algo muito sério para mim!! É algo que faço com amor, carinho e dedicação. Saber que fiz a diferença na vida de muitas mães/bebês tem sido extremamente gratificante pra mim. Por isso eu peço, por favor, não riam do meu trabalho de formiguinha. Sei que um dia ou outro, todos terão consciente plena de muitos desses assuntos."

E assim eu encerro, contando com aqueles que amo e esperando não me decepcionar novamente tão cedo. (O que acho bem improvável, rss)







sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

1ª Roda de Gestantes "Do Ventre à Luz"

 
Já está confirmado o nosso primeiro encontro!

Nos reuniremos no Parque da Juventude, próximo ao Metrô Carandiru, dia 26/02 das 09:00 às 11:00. A roda será realizada no gramado, tragam cangas ou toalhas para sentarem-se. Crianças são muito bem vindas, não esqueçam de protege-las do Sol! Comes e bebes para o café da manhã serão providenciados por nós.

O tema será "Parto nas Casas de Parto" e teremos depoimentos de mulheres que pariram nas casas de parto de São Paulo.

Não precisa fazer inscrição e, caso esteja chovendo no dia, iremos para algum lugar coberto dentro do parque. A participação é gratuita.

Outros assuntos relacionados ao parto natural e a maternidade em geral poderão ser discutidos durante a roda, estaremos à disposição para tirarmos todas as dúvidas das gestantes, mamães e casais grávidos presentes!

Essa roda inaugural dará incio a um trabalho que está sendo planejado com muito amor visando ajudar as mulheres a exercerem a maternagem de forma plena e consciente .

Por favor, nos ajudem a divulgar a iniciativa para as gestantes da zona norte de São Paulo, de Guarulhos ou de qualquer outro lugar que dê fácil acesso ao Parque da Juventude.

Esse projeto está sendo realizado em parceria com as doulas e amigas queridas Pris Rezende e Julia Lins.
 
Todas as informações sobre as Rodas estarão disponibilizadas aqui: www.doventrealuz.blogspot.com.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A angústia da separação ou crise dos oito meses



Estamos passando há aproximadamente 1 mês por esta crise! Tem que ter muita paciência mesmo, porque toda essa ansiedade é causadora de diversos outros problemas, como: não querer comer, não querer dormir, etc. Geralmente atribuem tudo isso aos pobres dentes, e esquecem de dizer que é algo muito mais complexo. O remédio pra isso é muito colo, carinho e atenção. E logo logo o tempo resolve, levando embora esta que é apenas uma das diversas fases.

Quando o bebê chega aos oito meses de idade, começa a operar a angústia da separação que, geralmente, continua a se manifestar de uma forma ou outra até os cinco anos. Em breve o bebê começa a sentir pânico quando não vê sua mãe. É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. A mãe é o seu mundo, é tudo para o bebê, representa sua segurança.

Um pouco de compreensão

O bebê não está “chatinho” nem “grudento”. O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe e, se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver. O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema e, como adultos, aprendemos a controlá-lo com distrações cognitivas.

Se você não está, como ele sabe que você não foi embora para sempre?

Você não pode explicar que vai voltar logo, porque os centros verbais do seu cérebro ainda não funcionam. Quando ele aprender a engatinhar, deixe-o segui-la por todas as partes. Sim, até ao banheiro.
Livrar-se dele ou deixá-lo no cercadinho não só é muito cruel, também pode produzir efeitos adversos permanentes. Ele pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro. 
Isso pode resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. Pouco a pouco, ele vai sentir-se mais seguro da sua presença na casa, principalmente quando começar a falar.
 
A separação aflige as crianças tanto quanto a dor física

Quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, tristemente, é isso o que fazem muitos pais. Não conseguem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.

Às vezes, impulsionamos nossos filhos a serem independentes antes do tempo

Nossas decisões como pais podem empurrar nossos filhos a uma separação prematura. Um exemplo seria enviá-los a um internato pequenos demais. As crianças de oito anos ainda podem ser hipersensíveis à angústia da separação e ter muita dificuldade em passar longos períodos de tempo longe dos seus pais. Sua dor emocional deve ser levada a sério. O Sistema GABA do cérebro é sensível âs mais sensíveis mudanças do seu entorno, como a separação de seus pais. Estudos relacionam a separação a pouca idade com alterações desse sistema anti-ansiedade.

As separações de curto prazo são prejudiciais

Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo HPA do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta. É muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. Os estudos com mamíferos superiores revelam que os bebês separados de suas mães deixam de chorar para entrar num estado depressivo.  

Param de brincar com os amigos e ignoram os objetos do quarto. À hora de dormir há mais choro e agitação. Se a separação continuava, o estado de auto-absorção do filho se agravava e lhe conduzia à letargia e a uma depressão mais profunda.
Pesquisas realizadas nos anos setenta demonstraram que alguns bebês cuidados por pessoas desconhecidas durante vários dias entravam em um estado de luto sofriam de um trauma que continuava a afligir-lhes anos depois. Os bebês estudados estavam sob os cuidados de adultos bem intencionados ou em creches residenciais durante alguns dias. Seus pais iam visitá-los, mas basicamente, estavam em mãos de adultos que eles não conheciam.
Um menino que se viu separado de sua mãe durante onze dias deixou de comer, chorava sem parar e se jogava ao chão desesperado. Passados seis anos, ele ainda estava ressentido com sua mãe. Os pesquisadores observaram a inúmeras crianças que haviam sido separadas de seus pais durante vários dias e se encontravam em estado de ansiedade permanente. Muitos passavam horas imóveis, olhando a porta pela qual havia saído sua mãe. Aquele estudo, em grande parte gravado em filme, mudou no mundo inteiro a atitude em relação às crianças que visitam suas mães no hospital.

Mas, não é bom o estresse?

Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”. O que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O pai na hora do parto


A união e a ação conjunta do pai e da mãe devem começar desde a notícia sobre a gravidez. É necessário que os pais participem e acompanhem todo o crescimento da criança, contribuindo para a sua educação e desenvolvimento. Em hipótese alguma o papel da mãe deve se sobressair ao do pai.
É fácil notar que na atualidade, a função do pai tem sofrido grandes mudanças. Antigamente, era comum que a maioria das tarefas direcionadas a criação dos filhos estivesse encarregada pela mãe. O papel do pai era quase que secundário. O papai de hoje é muito mais participativo; e entende que a sua função de pai deve ser exercida constantemente. A conclusão é que todas as mudanças ocorridas ao longo do tempo com relação a postura do pai, fizeram com que ele tivesse acesso a sala do parto.
Quando o assunto é a hora do parto, a presença do pai torna-se ainda mais importante, já que é capaz de transmitir segurança, proteção e tranqüilidade a mulher. Além disso, a presença do papai garante a si próprio um sentimento de satisfação e integração na hora do nascimento da criança.
O papai que decide estar presente na hora do parto acredita e compreende que a sua participação é fundamental e que assim como a mãe, ele também tem suas obrigações. A presença do pai na hora do parto conclui um período de ajuda mútua - que fora a gravidez e inicia uma nova fase, a do crescimento e desenvolvimento do bebê.
Na hora do parto, o papai deve estar ao lado da mãe, mantendo um contato visual constante, auxiliando-a a respirar e a fazer força quando necessário. Palavras de apoio e encorajamento também serão bem vindas neste momento.
Mas vale lembrar que a presença do pai na hora do parto só deve ocorrer após uma decisão refletida e discutida pelo casal, para que a presença do pai não se torne uma ação forçada, confusa ou mesmo desconfortável.

Muitas novidades!

O Maternar está de endereço novo. Agora aqui no Blogspot tudo fica mais fácil e prático, mas também a mudança aconteceu por um motivo bem legal.
Eu e mais outras duas doulas da Zona Norte, a Priscilla e a Júlia, juntamos nossa vontade de compartilhar experiências de parto e maternidade com gestantes, pais e mães aqui da região e criamos a "Do ventre à luz". Uma roda de gestantes que acontecerá todo mês.
É um projeto que está saindo do papel e torcemos muito para que logo logo nossos encontros aconteçam!
Estou sem me dedicar às postagens há quase 2 meses. E de lá pra cá coisas novas aconteceram com meu Rafael: agora ele já come sólidos (mas ainda prefere o peito) e tem 4 dentinhos. Em relação ao sono, as brigas ainda continuam frequentes, mas eu já digeri que isso é algo da personalidade dele, não tem como mudar!
2011 começou com tudo, e espero ter sempre muitas coisas boas para dividir com vocês.

Pra quem quiser saber mais sobre a roda de gestantes: http://doventrealuz.blogspot.com/

;)
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